e pudesses trabalhar remotamente a partir de qualquer lugar no mundo, qual aquele que escolherias? Quais as características que são indispensáveis para ti? Portugal está bastante bem posicionado nesta matéria, com a capital lisboeta a ser considerada a cidade de eleição para trabalhar remotamente, segundo a “Nomad List” (consultada em dezembro de 2021), uma lista de referência para os nómadas digitais. Mas essa não é a única conquista: no top 10 deste ranking há cinco lugares portugueses, sendo que dois fazem parte do top 3.
Da agitação cosmopolita das capitais aos destinos mais paradisíacos, descobre o top 10 dos melhores lugares do mundo para trabalhar remotamente. E podes começar já a fazer as malas.
1. Lisboa, Portugal
A capital portuguesa é a cidade que mais brilha na “Nomad List”, sobretudo pelas boas pontuações obtidas em fatores como qualidade da internet, custo de vida e diversão. Além disso, Lisboa destaca-se pela facilidade de andar a pé pela cidade, conhecimento de grande parte da população da língua inglesa e qualidade dos lugares a partir dos quais se pode trabalhar, nomeadamente espaços de coworking, uma ótima opção para quem quer trabalhar remotamente mas, ao mesmo tempo, evitar um certo sentimento de solidão.
Graças à Remote Portugal, pode procurar de uma forma muito simples espaços de coworking de norte a sul do país, e ilhas incluídas. Esta lista contém mais de 70 coworks num só sítio web, filtrados por distritos e com informações sobre cada espaço.
2. Cidade do Cabo, África do Sul
O segundo lugar do pódio pertence à Cidade do Cabo, na África do Sul. Com alguns benefícios similares a Lisboa, como custo de vida e facilidade para fazer caminhadas, a cidade destaca-se também pela qualidade do ar, pelo ambiente inclusivo para estrangeiros e comunidade LGBTQ+ e, também, por ser um destino agradável para famílias.
Nos contras está, contudo, a baixa segurança, o tráfego automóvel, que pode ser perigoso, e os níveis de felicidade, mais baixos do que o esperado.
3. Madeira, Portugal
A completar o top 3 está mais um destino português, a primeira ilha da lista: a Madeira. Aqui vais encontrar um destino agradável e inclusivo, com bom acesso à internet e, inclusive, com vários locais com wifi gratuito. Segurança, qualidade do ar e custo de vida são outros fatores que fazem da Madeira uma boa escolha para trabalhadores remotos. Com pontuações inferiores estão apenas dois aspetos: a facilidade para fazer caminhadas e o nível de rendimentos, aos quais a “Nomad List” atribui classificações bastante baixas.
Não podemos falar da Madeira e de trabalho remoto sem falar da Digital Nomads Madeira, a vila, situada na Ponta do Sol, destinada a nómadas digitais que está a colocar a ilha no roteiro destes profissionais. Bom tempo, paisagens, gastronomia e atividades na natureza foram apenas algumas das razões que levaram à criação desta vila, cujo sucesso ditou a expansão do projeto, tendo sido criadas comunidades noutros pontos da ilha, e também em Porto Santo. “A Madeira tem tudo o que um nómada digital procura. Tem sol, tem praia, nos fins de semana temos imensas atividades, desde mergulho a trilhos na natureza ou levadas. Não percebo como é que os nómadas digitais não tinham chegado aqui antes”, diz Gonçalo Hall, nómada digital e responsável pelo projeto Digital Nomads Madeira.
4. Ericeira, Portugal
Seguimos para um destino de praia, conhecido pelo ambiente descontraído e, claro, pelo surf. E a lista de prós é longa. A Ericeira tem vida noturna e diversão, bom acesso à internet e locais com wifi gratuito, e é um local seguro, onde estrangeiros, mulheres e pessoas da comunidade LGBTQ+ são bem-vindos. À semelhança da Madeira, tem um contra: o baixonível de rendimentos.
Ao nível de atividades lúdicas e entretenimento, a Ericeira oferece várias possibilidades, algo que costuma atrair os trabalhadores remotos, que gostam de aproveitar a estadia para, além de trabalhar, explorar e conhecer melhor este local. Os desportos aquáticos, em especial o surf, são os protagonistas na vila da Ericeira. Mas, se gostas de outro tipo de desportos, também podes optar pelo ciclismo, caminhadas, desportos de praia ou yoga, por exemplo.
5. Tenerife, Canárias
De Portugal para Espanha, o quinto melhor destino para trabalhar remotamente é um famoso destino turístico. Com quase um milhão de habitantes, Tenerife, no arquipélago das Canárias, atrai os nómadas digitais pelas praias e parques naturais, internet rápida, cuidados de saúde, facilidade para caminhadas e qualidade dos espaços de coworking.
Por outro lado, o nível de rendimentos, a segurança no tráfego automóvel, os conhecimentos de inglês e o ambiente para startups comprometem a performance de Tenerife no ranking.
6. Puerto Escondido, México
Voamos para o México, mais propriamente para Puerto Escondido, onde a internet, o custo de vida, a diversão e a vida noturna entusiasmam os nómadas digitais. Mas nem tudo são maravilhas. Puerto Escondido regista as piores pontuações no que toca ao nível de rendimentos, conhecimentos de inglês, segurança e liberdade de expressão.
Ainda assim, conhecida por ser uma pequena cidade de surf, à semelhança da Ericeira, tem ganho relevo entre os nómadas digitais, havendo quem considere este local um hotspot.
7. Porto, Portugal
Novamente em Portugal, o Porto também merece um lugar de destaque, com o baixo custo de vida, os hospitais, a qualidade da internet e dos espaços a partir dos quais se pode trabalhar remotamente a revelarem ser verdadeiros trunfos da cidade Invicta. Apenas o clima e o nível de rendimentos mostram pontuações mais baixas, sendo que também o nível da educação, a segurança no tráfego e a vida noturna têm espaço para melhorar.
Não tão grande como Lisboa, mas com todas as atividades e atrações de uma capital, o Porto consegue conservar ainda uma atmosfera mais local e acolhedora. Se vês encanto nisso, então talvez tenhas encontrado o destino certo: caminha entre as ruas medievais, visita as caves de vinho do Porto, prova a famosa francesinha, conversa com o povo do Porto e comprova que são acolhedores, e trabalha a partir dos vários espaços de coworking que a cidade oferece.
8. Canggu (Bali), Indonésia
Paisagens naturais de tirar o fôlego, uma cultura única e um pouco de caos. Resumidamente, estes são os três ingredientes que fazem de Canggu um destino especial, e capaz de entrar diretamente no top 10 da “Nomad List”. Caminhar pela rua principal, admirar os campos de arroz e terminar o dia com uma aula de yoga na praia de Canggu são algumas das sugestões que esta vila costeira tem para oferecer.
Entre os nómadas digitais, e segundo as pontuações da “Nomad List”, a recetividade de estrangeiros, os espaços a partir dos quais é possível trabalhar e o clima de segurança são as características mais atrativas deste local que de menos bom tem apenas o trânsito, que pode tornar-se um pouco caótico, os cuidados de saúde, os baixos rendimentos e a dificuldade em comunicar em inglês.
9. São Paulo, Brasil
É o único destino brasileiro presente no top 10, mas não podia faltar. São Paulo respira cultura: desde teatros a exposições ou outros eventos culturais, depois do trabalho haverá sempre atividades, e muitas delas gratuitas. A diversão e a vida noturna – como já era de esperar – registam pontuações elevadas, acompanhadas da qualidade dos espaços de coworking, dos hospitais e da recetividade de estrangeiros e da comunidade LGBTQ+.
Com a label “bad” está, contudo, a segurança, o nível de rendimentos, a rede de espaços com wifi gratuito e os conhecimentos de inglês. Curiosamente, apesar de a cidade ser considerada, de forma geral, inclusiva, no indicador “female friendly” a pontuação não é tão elevada, estando num nível considerado médio.
10. Buenos Aires, Argentina
Custo de vida, temperatura, hospitais e vida noturna são os fatores nos quais Buenos Aires, capital da Argentina, mais pontua. Além disso, é considerada uma cidade “LGBTQ+ friendly”, ótima para andar a pé e com bons espaços a partir dos quais trabalhar remotamente. Então, o que faz Buenos Aires não escalar o ranking? Sobretudo o baixo nível de rendimentos, mas também o trânsito, a criminalidade e os conhecimentos mais baixos da língua inglesa, um fator que os trabalhadores remotos normalmente também valorizam.
Além disso, a capital argentina tem um argumento peculiar para potenciais trabalhadores remotos. Uma campanha de Buenos Aires para atrair pessoas que são pagas em euros, dólares, libras e outras moedas para estadias prolongadas destaca que a Argentina tem “a taxa de câmbio mais competitiva da região” e que os preços na cidade são “muito acessíveis”. Esta é parte de uma mensagem de marketing que inclui um possível visto de 12 meses para trabalhadores remotos, além dos benefícios de Buenos Aires: clima quente, avenidas bucólicas, boa comida e relativa segurança, pelo menos em comparação com outras cidades da América Latina.