Encontrar um trabalho novo foi, para mim, a única saída”, começa por contar Raquel Santos sobre a sua experiência numa das mais importantes empresas de consultoria e auditoria em Portugal - e do mundo. Ainda se lembra dos muitos dias em que saía do trabalho às oito e às dez da noite (“tanta vez!”) - e até mais tarde -, de quando ia ao escritório durante o fim-de-semana ou até das vezes em que acabou por levar trabalho para casa.
“Era muita pressão e mesmo muito trabalho. Eu estava exatamente onde queria: na melhor empresa do país, a fazer aquilo de que gostava e a ser bem paga, mas isso só aumentava a pressão. Só pensava: se digo ‘não’, arranjam outra pessoa - e, depois, o que é que eu vou fazer?!”.
Raquel recorda também a constante falta de paciência, as crises de choro e os momentos em que sentia que ia perdendo interesse em fazer as coisas de que mais gostava, como ir a concertos ou passar tempo com os amigos.
Talvez hoje tivesse mais maturidade e pudesse ter lidado com a situação de outra forma - ou não; mas, na altura, acabou por mudar de emprego.
Embora não existam muitos estudos sobre o burnout em Portugal, em 2017, a Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional (APPSO) dizia que 17,2% da população trabalhadora do país se encontrava em estado de burnout, um valor 3,5% mais alto em relação ao período entre 2008 e 2016. Segundo o mesmo estudo, 48,9% encontrava-se em risco elevado de burnout, 33,9% em risco médio, e 17,2% apresentava um risco baixo.
Quando comparamos com 2017, em 2021 estamos mais familiarizados com o termo e a problemática, e mais sensibilizados em relação aos mesmos. No âmbito do Dia Internacional da Saúde Mental, que se assinala a 10 de outubro, damos-te algumas informações sobre o burnout e dicas para ou evitá-lo ou saber identificar e resolver o problema.
Quando comparamos com 2017, em 2021 estamos mais familiarizados com o termo e a problemática, e mais sensibilizados em relação aos mesmos. No âmbito do Dia Internacional da Saúde Mental, que se assinala a 10 de outubro, damos-te algumas informações sobre o burnout e dicas para ou evitá-lo ou saber identificar e resolver o problema.
Mas, afinal, o que é o burnout?
O termo é usado exclusivamente no âmbito laboral e, “desconstruindo a palavra, teremos algo como ‘tudo ardido’, o que indica, desde logo, um estado limite. Algo extremamente queimado; sem vida”, começa por explicar o psicólogo Rui Reis, salientando que se consideram três fases de burnout, considerado uma doença pela OMS em 2019. São as fases do burnout:
- Incapacidade de estabelecer boas relações laborais (individualismo, criticismo e cinismo dominam a relação com os outros);
- Trabalho pouco eficiente e eficaz (muito trabalho com pouco ou nenhum resultado);
- Exaustão completa (a última fase da síndrome).
Como evitar o burnout?
Segundo Rui Reis, equilíbrio é a chave: “É importante equilibrar a vida laboral com a pessoal. Ser responsável no trabalho é bom, mas temos de avaliar se estamos a ser competentes e responsáveis na nossa vida pessoal também”.
Quanto à melhor forma de evitar chegar a este ponto, começa por referir a importância de “criar filtros para não deixar que, nos momentos de descanso, as questões laborais se sobreponham. Será que o facto de ir ver o email vai adiantar alguma coisa? É assim tão importante contaminar um momento de descanso com um telefonema?”. Segundo o psicólogo, “ter uma boa rotina de sono, praticar exercício físico, manter uma alimentação equilibrada e com horários bem definidos” é também importante. “Envolver-se em atividades de índole voluntária ou associativa. Também criar momentos de diversão e lazer, como idas a espetáculos culturais ou saídas com amigos é muito importante”, aconselha Rui Reis.
Segundo o psicólogo, “ter uma boa rotina de sono, praticar exercício físico, manter uma alimentação equilibrada e com horários bem definidos” é também importante. “Envolver-se em atividades de índole voluntária ou associativa. Também criar momentos de diversão e lazer, como idas a espetáculos culturais ou saídas com amigos é muito importante”, aconselha Rui Reis.
Mas há mais!
Saber dizer “não”/saber parar
Sabemos que dizer “não” nem sempre é fácil, sobretudo quando o pedido vem de cima. E também não queremos ser nós os responsáveis por atrasar um projeto ou até por fazer algo que possa prejudicar a empresa ou os colegas. Todavia, é essencial para a tua sanidade.
A nossa dica é que ao teu “não” acrescentes sempre algo: “Agora não posso, mas faço amanhã, assim que pegar no computador.” ou “Não faço agora porque tenho este relatório para terminar”.
A nossa dica é que ao teu “não” acrescentes sempre algo: “Agora não posso, mas faço amanhã, assim que pegar no computador.” ou “Não faço agora porque tenho este relatório para terminar”.
E não te sintas mal se não puderes “agora” porque vais, por exemplo, ao ginásio. É essencial que cuides de ti para poderes ser um bom profissional.
Procurar escapes
Como referiu o psicólogo Rui Reis, fazer outras atividades é muito importante, pois são uma forma de descomprimir e libertar o stress. Nesse sentido, o ginásio pode parecer muitas vezes a única resposta, mas não é. Com os benefícios Coverflex, tens sempre outras opções para explorar, como aproveitar para uma ida ao SPA ou uma massagem.
Com os benefícios Coverflex, tens sempre outras opções para explorar, como aproveitar para uma ida ao SPA ou uma massagem.
Sem vontade para isso?
É compreensível. Perder a vontade de fazer coisas, mesmo que seja o que nos faz bem e felizes é, muitas vezes, um sintoma de burnout evidente - ou de que este está próximo. Neste caso, compete-te a ti dar a volta e contrariar a tendência. Podes ir contrariado, mas (acredita!) regressarás com outro ânimo.
Pedir ajuda
O burnout é um problema sério e não acontece só aos outros. E, por mais que estejamos alertas e conscientes, não conseguimos pôr o travão como gostaríamos e acabamos engolidos pelo que nos rodeia.
Por isso mesmo, não te feches nem entres em negação. Pede ajuda. Se a tua empresa usa a Coverflex, recordamos-te que podes ter acesso a um psicólogo através do benefício Saúde e Bem-estar, e o serviço é 100% confidencial.
Por isso mesmo, não te feches nem entres em negação. Pede ajuda. Se a tua empresa usa a Coverflex, recordamos-te que podes ter acesso a um psicólogo através do benefício Saúde e Bem-estar, e o serviço é 100% confidencial.
Reconhecer o problema é o primeiro passo!
Agora, diz-nos: qual vai ser o (teu) segundo?