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aber como calcular o salário é essencial para conseguires um valor justo e adequado à função e saber quanto vais, efetivamente, receber. Além disso, é também muito útil para poderes discutir o salário e sair, realmente, a ganhar!

Eis, então, oito aspetos que deves considerar quando recebes uma proposta salarial e, sobretudo, como podes conseguir otimizar o teu ordenado, de modo a ganhares mais. E com direito a casos de estudo no final. Tendo em conta o dinheiro que poderás poupar, garantimos que vale a pena ler tudo, até ao fim do artigo!

1. Salário mensal ou anual

Antes de começar qualquer discussão salarial, é essencial que esclareças se se está a falar em valores mensais ou anuais. É importante que todas as partes estejam na mesma página, de modo a evitar possíveis desentendimentos ou confusões.

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2.  Salário bruto versus salário líquido

Também é crucial acertar este ponto. O salário base bruto é aquele que está previsto no contrato de trabalho; já o salário líquido é o que se recebe após os descontos de IRS e Segurança Social (SS).

Por vezes, a oferta de trabalho e/ou o contrato de trabalho prevêem algumas rubricas que podem estar isentas de IRS, SS, ou ambos:

  • Passe de transportes públicos
  • Etc.

3. Quantos pagamentos por ano?

Em Portugal, a tradição tende para os 14 pagamentos por ano, que correspondem a 12 salários mensais mais o complemento das férias e do Natal. Isto significa que, se negociares o salário bruto anual, deves dividir esse valor por 14 para saber quanto poderás ganhar ao final do mês.

Contudo, são já muitas as empresas que optam por pagar em duodécimos, ou seja, pagam um salário por mês, sendo que os valores das férias e do Natal vão sendo pagos ao longo do ano, em 12 avos.

Tem também em conta que, se estiveres a calcular o salário para uma empresa fora de Portugal, poderás encontrar empresas que fazem o pagamento apenas 12 vezes.

4. Dias de férias extra

Podes esperar receber o subsídio de férias em junho e o de Natal em novembro. O valor a receber deverá corresponder ao valor de um salário base mensal.

A lei prevê 22 dias de férias por ano (2 por cada mês do ano); contudo, é frequente negociar-se dias de férias extra. Há empresas que oferecem o dia de aniversário do colaborador e/ou dias de descanso, por exemplo.

5. Valor do IRS

O valor do IRS é aquilo que mais influencia o cálculo do salário mensal líquido disponível. Dependendo do teu escalão, a percentagem do IRS a pagar varia, como indicado no art. 99.º-F do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS). Há que ter em conta essencialmente dois fatores:

  • Situação familiar: És casado ou vives em união de facto? A outra pessoa tem algum rendimento (neste caso, a tua situação corresponde à opção "Casado 2 Titulares”)? Tens filhos ou outros dependentes a cargo? Se sim, quantos? Algum dos dependentes apresenta alguma deficiência?
  • Local de residência: Igualmente importante, para um salário em Portugal, é o local onde resides, devendo indicar se te encontras no continente, na Madeira ou nos Açores.

Tem em conta que os escalões estão sujeitos a revisão. Por isso, convém que consultes o Portal das Finanças para saberes a percentagem que te corresponde e que te será, efetivamente, descontada.

6. Taxa para a Segurança Social

Independentemente de seres um trabalhador independente (freelancer) ou trabalhares para uma empresa, tens sempre de pagar a Segurança Social.

No caso dos trabalhadores por conta de outrem, o valor é sempre de 11%.

7. O orçamento de Estado

Também muito importante é acompanhares a situação política do país. Todos os anos o Governo discute - e aprova - um orçamento e, com isso, novos descontos, deduções, taxas e pagamentos podem surgir. 

Posto isto, manteres-te a par do orçamento aprovado é essencial para que percebas o impacto que este terá no teu salário mensal líquido disponível!

8. Benefícios complementares

No caso dos benefícios, sabe que há compensações que são dedutíveis e outras que não. Por exemplo, prémios de performance devem ser contabilizados. Contudo, outras compensações, como por exemplo, as de refeição, não.

Logo, discutir este tipo de benefícios flexíveis com o teu empregador pode ser uma boa forma de compor o teu salário, sem teres de descontar e pagar mais taxas. E é esta, precisamente, a proposta da Coverflex para os colaboradores. Ainda mais, porque as empresas saem a ganhar com as isenções, pelo que todos acabam por tirar vantagem deste sistema. 

Concordamos contigo: há mesmo muita coisa a considerar. Deixamos-te aqui alguns exemplos simples para que possas entender a importância de calcular o salário e perceber a diferença que isto pode fazer. Para as duas simulações abaixo, usámos a calculadora de salário líquido da Coverflex, e assumimos que há o mesmo nível de poupança no que toca à isenção de IRS e SS. 

A Ana e o João são designers na mesma empresa - e ambos recebem 20.000 euros brutos por ano. A empresa paga em duodécimos e dedica 2.400 euros em benefícios a cada um dos colaboradores.

A Ana é solteira, sem nenhum dependente, excepto a sua cadela, a Molly. Já o João é casado e vive com a esposa, que trabalha num banco, e com os seus dois filhos: a Ema, que adora dinossauros, e o pequeno Duarte, que começou recentemente a dar os primeiros passos.

Para a Ana os benefícios da empresa representam uma poupança de 946 euros, e o total que o João poupa é de 935 euros. Aliciante, não é? E não são só os colaboradores que saem a ganhar:

A Paula tem uma cadeia de restaurantes, onde trabalham 100 colaboradores e onde o valor de benefícios médio anual ronda os 500 euros por colaborador. Isto significa que, no final do ano, a Paula consegue ajudar os seus colaboradores e, graças à Isenção de Segurança Social, poupar mais de 11 mil euros!

Se quiseres fazer uma simulação mais detalhada, o simulador de salário líquido do Doutor Finanças foi criado a pensar nos colaboradores e nas empresas e permite a ambos calcular os seus benefícios e o salário líquido. 

Nós dissemos-te que ia valer a pena chegar ao fim deste artigo, não dissemos? 

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