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e acordo com o II Relatório “Custo do Stress e dos Problemas de Saúde Psicológica no  Trabalho” (2023), da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), o stress e a saúde mental custam 5,3 mil milhões de euros às empresas nacionais, tendo repercussões significativas na  produtividade, no absentismo e no volume de negócios. A OPP estima que em Portugal os 1 colaboradores faltam oito dias por ano devido ao stress ou a problemas de saúde psicológica. 

O conceito de stress define-se, assim, como uma resposta física e comum que exige um esforço de adaptação, resposta essa influenciado pela auto-avaliação que fazemos nas nossas reações a determinadas mudanças, situações ou eventos. Esta resposta fisiológica causa a libertação de hormonas como a adrenalina e o cortisol, potenciando um estado de alerta. Neste sentido, torna-se fundamental2 3 aprender a lidar com o stress, principalmente se vivemos em meios urbanos, onde a vida moderna não pára de sofrer mudanças que exigem uma adaptação constante da nossa parte. Os horários apertados, o trânsito diário, a poluição sonora, as filas para serviços de atendimento e a impaciência visível no olhar de quem nos atende alimentam ainda mais esta adrenalina.

Mas será o stress necessariamente negativo? Quando é que o stress deixa de ser saudável e passa a ser excessivo?

Este ponto de viragem acontece quando a adrenalina que percorre o nosso corpo começa a prolongar-se no tempo, continuando alta mesmo após o fim do evento stressante. Se começa a incomodar-nos, em vez de nos fazer sentir ativos ou focados, estamos perante o momento em que o stress deixa de ser normal, independentemente de vivermos na cidade mais acelerada ou na aldeia mais pacata e longínqua.

Com a oportunidade do trabalho remoto, muitas pessoas optaram por fugir das grandes cidades e abraçar a vida serena nas zonas mais rurais ou periféricas, com maior ligação à família ou à natureza. No entanto, também há quem adore o frenesim da cidade e se sinta incapaz de viver num ambiente demasiado calmo e longe de tudo. Neste sentido, a auto-perceção de determinada situação tem mais impacto do que a própria situação em si. Cada um deve estar em sintonia com o estilo de vida que mais se ajusta aos seus valores e preferências. Além disso, cada um deve tentar perceber quando é que a pressão deixa de estimular resultados positivos e passa a causar bloqueios. O que a uma pessoa pode causar serenidade, foco ou uma adrenalina revigorante, a outra pessoa pode causar sofrimento, nervosismo ou impotência, culminando em problemas de saúde psicológica.

Mais especificamente, o stress laboral pode causar bloqueios ou sofrimento quando as exigências são percecionadas pelo colaborador como sendo demasiado baixas ou demasiado altas em relação às suas capacidades ou recursos disponíveis1

Neste sentido, existem algumas situações laborais que podem causar stress excessivo:

  • quando sentimos que temos demasiadas tarefas para realizar num curto espaço de tempo ou, pelo contrário, que não temos tarefas atribuídas pelos nossos decisores;
  • quando trabalhamos por turnos e não nos adaptamos aos horários;
  • quando sentimos pouco controlo sobre as tarefas e sobre a forma de as realizar;
  • quando sentimos que trabalhamos com más condições ou sem equipamento ou mobiliário adequado;
  • quando sentimos pouco apoio por parte da equipa e dos líderes;
  • quando antecipamos poucas expectativas de crescimento ou de aumento salarial;
  • quando receamos ser despedidos;
  • quando sentimos dificuldade em equilibrar a vida profissional com a vida familiar;
  • quando vivenciamos más relações com os colegas de trabalho1

Quando uma ou mais destas coisas acontecem e interferem continuamente com o nosso bem-estar, há que saber lidar com o chamado stress patológico. Em vez de tentarmos eliminar ou lutar contra ele, devemos aprender a identificar a sua origem, comunicar com as nossas pessoas de suporte e trazer novamente o stress para um nível aceitável, cujo ponto não é igual para todos.  

Em contraste, se tivéssemos sempre um nível zero de stress, passaríamos para o outro extremo. Provavelmente, ficaríamos num estado demasiado zen para conseguir produzir no trabalho. Chegaríamos atrasados a todo o lado, seríamos mais lentos, passaríamos a ser especialistas a interromper tarefas e a deixá-las a meio, deixaríamos fugir a concentração e lidaríamos muito mal com os imprevistos. 

Assim, quando sentimos um nível de stress intermédio, positivo e energizante, a verdade é que até pode ser muito impulsionador. A título de exemplo:

  • ajuda-nos a ser pontuais, chegando a horas aos compromissos quando o despertador não toca;
  • ajuda-nos a ser mais produtivos;
  • ajuda-nos a estar mais focados;
  • ajuda-nos a ser mais ágeis;
  • ajuda-nos a ser mais capazes de improvisar. 

Como em tudo na natureza, o ideal é o equilíbrio. Para o encontrarmos, podemos pôr em prática algumas estratégias. Estudos indicam que, se as empresas apostarem em medidas flexíveis de apoio à saúde mental, podem aumentar a produtividade em pelo menos 30%1. Mas cada um de nós deve também encontrar os melhores meios para lidar com o stress negativo.

Assim: 

  • Percebe os sinais que separam o stress saudável do patológico; 
  • Estabelece limites (por exemplo: desligar notificações de emails e redes sociais, definindo timings específicos para consultar essas ferramentas digitais); 
  • Procura reduzir (em vez de eliminar) o stress, aprendendo a aceitá-lo em vez de lutar contra ele: observa os pensamentos automáticos sem os “agarrar” ou tentar mudá-los (eles acabarão por perder a sua força);
  • Constrói hábitos de sono saudáveis, diminuindo estímulos como o computador, o telemóvel ou a televisão à noite; 
  • Pratica atividade física regular ou dedica-te a um passatempo;
  • Investe no relaxamento recorrendo a exercícios respiratórios, yoga, meditação ou mindfulness (explora estes exercícios breves de atenção plena para poderes cuidar do teu corpo e da tua mente);
  • Comunica com os teus líderes sobre os fatores que te estão a causar stress. Se não tens tarefas atribuídas, pede! Se tens tarefas a mais, solicita ajuda ou mais tempo para execução. Se não estás satisfeito/a com a tua progressão salarial ou de carreira, ou tipo de contrato, diz! A solução é a comunicação. Mesmo que nada mude, pelo menos agora sabes que a empresa tem conhecimento das razões da tua inquietação. 
  • Se mesmo assim te sentires assoberbado/a, procura apoio clínico especializado de uma pessoa profissional que te ajude a identificar a origem e a implementar estratégias mediadoras de stress no teu dia a dia. Cuidar de ti é sempre uma boa aposta! 

1Ordem dos Psicólogos Portugueses (2023). Prosperidade e Sustentabilidade das Organizações Relatório do Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho, em Portugal. Lisboa.  

2Selye, H. (1956). The Stress of Life, New York, NY, Mc Graw Hill.

3Lazarus, R.S. & Folkman, S. (1984). Handbook Psychological Stress and the Coping Process, New York, NY: Springer. 

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